Fotos: LEANDRO FURINI | Texto: JOE BORGES
Há 12 anos, a Virada Cultural de São Paulo vem agraciando milhares de seres humanos com um espetáculo riquíssimo em diversos e antagônicos aspectos, flertando na mesma intensidade com o empodeiramento da disseminação gratuita de conteúdo musical/cultural e com o empodreiramento da esculhambação juvenil delinquóide, em se tratando sobretudo do sagrado e imaculado horário da madrugada. Este extraordinário e maravilhoso encontro muito fascina Zaso Corporation, que não poderia deixar de usufruir deste evento, e que vem frequentado-o há cerca de uma década. Como tudo que envolve demasiada quantidade de pessoas traz seus berimbolos, a Virada acaba por mostrar um outro lado um pouco mais obscuro e menos maravilhoso: o dos assaltos, furtos, arrastões, roubos e outros sinônimos para tais delitos. Espertalhardos e oportunistas passaram a se aproveitar do transporte 24 horas e da facilidade de anonimato em meio a tanta gente entorpecida para praticarem os mais variados tipos de subtrações de posse. Conforme tais práticas passaram a constar no inconsciente, e consciente, coletivo, a tendência a vir para o evento portando apenas o necessário começou a dominar mentes pensantes. Com base nessa constatação, os zasalhas chegariam ao que vem a ser esta matéria que vossa xexelência esta por ler. Porém, cabe aqui um importante crédito. Enquanto os zasalhas passavam por algumas incertezas em relação à qual caminho abordar, acabaram por contar com uma ajuda extremamente crucial, a do fotógrafo e mago das artes visuais Bruno Shintate, que trouxe à tona a idéia de mostrar quais artefatos habitam os bolsos alheios durante o evento. A sugestão surgiu durante um momento pré-Virada, em que os zasilhos estavam presentes no apartamento em que Bruno reside, acompanhados de outros dois amigos, o também fotógrafo e pessoa física Niki Camargo, que também mora no lar em questão, e sua namorada, a arquiteta Ana Neute. Tal conluio acabou por se mostrar essencial. Foi a partir deste gatilho que Jonas e Leandro partiram em direção ao palco Test, localizado na Rua Timbiras, com o intúito de prestigiar duas bandas que muito lhe apetecem, o Basalt e o Rakta, sem deixar de abordar pessoas diversas que estivessem usufruindo do espaço público à alvorada do sábado à noite. Por volta das 22h, e já tendo deixado seus amigos e mentores para trás, repletos de gratidão, os zasalhas começavam a força-tarefa para desvendar quais itens habitavam os bolsos dos frequentadores da 12ª Virada Cultural da cidade de São Paulo.
































